Iniciarei o post com a frase do célebre Fernando Pessoa:
"A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que temos não é o que temos, senão o que somos”. 

Quando elaboramos o roteiro da viagem pela América do Sul, América Central, Estados Unidos, Canadá e Alaska  o fizemos considerando os critérios de grau de dificuldade, beleza e importância histórica para os amantes das estradas e motos, até o presente momento  concluímos a Transoceânica, Pan-americana Sul, Flórida Keys, Cherohala Skyway, Route 66 e Tail of de Dragon, nesse post irei relatar um pouco sobre a Alaska Highway e a Dawton Highway.
Quando concluímos a Route 66 no pier de Santa Mônica nos dirigimos para o norte do EUA passando por vale de calor escaldante da Califórnia assim como por cadeias de montanhas de baixas temperaturas, passamos também por dois importantes parques americanos, o Sequoia National Park e o Muir Woods Park, florestas de Pinheiros e repleto de árvores gigantes, as  maravilhosas Sequoia. A rodovia escolhida para chegar na divisa com o Canada foi a Route 5 a mais importante da Costa Oeste por onde passa todo o fluxo de carga do Canadá para os EUA e vice-versa, a migração é totalmente informatizada dispensado qualquer trâmite burocrático, leva pouco mais de um minuto, não há necessidade nem de sair do veículo. Passaporte carimbado, partimos rumo ao norte, conforme seguíamos a temperatura diminuía, todavia apesar do clima mais ameno, a estação do verão acaba por desencadear incêndios florestais no estado de British Columbia que se localiza a sudoeste do Canadá. E foi com o que nós deparamos ao cruzar a fronteira, um incêndio de proporções gigantescas, tal a gravidade que a rodovia 01 do Canadá foi fechada em uma extensão de mais de 400 km, algumas cidades foram evacuadas, encontramos pessoas que naquele momentos saíram de suas casa apenas com o veículo, algumas peças de roupas, documentos pessoais  e animais de estimação, atendendo ao alerta dos bombeiros e defesa civil do local. O sol estava encoberto por uma espessa nuvem de fumaça, não se podia ver muito além de alguns metros, rodovia fechada por tempo indeterminado, cidades sendo evacuadas e não sabendo o tempo que ficaríamos parados até a regularização e controle do incêndio nos fez optar por uma rota alternativa que aumentou o percurso em aproximadamente 350 km, contudo ficamos seguros com relação ao incêndio e a incerteza do tempo que ficaríamos aguardando a liberação da rodovia.  As rodovias do Canadá não tem a mesma qualidade que vimos até aqui, todavia são seguras e bem projetadas. Chegando em Dawson Creek fomos até o marco da milha zero da Alaska Highway, segundo relatos históricos aqui na região, a decisão do governo americano de construir a Alaska Highway se deu após o ataque dos japoneses a Pearl Harbor em 1941 durante a Segunda Guerra Mundial, pois julgou que uma rota terrestre até o Alaska era vital para evitar uma possível invasão dos japoneses pelo norte. A rodovia possuí 2.400 km de extensão passando por cordilheiras e planícies, foi necessário a participação de onze mil soldados americanos, dezesseis mil civis, sete regimentos de engenharia, sete mil veículos, máquinas e equipamentos para a construção  em prazo recorde de oito meses, pois era a janela de tempo disponível antes do rigoroso inverno que facilmente  chega a temperaturas de – 50 C. A milha zero está localizada na cidade de Dawson Creek na Província de British Columbia no Canadá e o ponto final em Fairbanks no Alaska. Durante o percurso da rodovia podemos observar a diversidade de fauna e flora, inicialmente com robustos pinheiros que ao longo do trecho vão diminuindo de tamanho, até chegar a uma vegetação formada de arbusto e gramíneas até chegar o momento de haver somente tundras. Rios e lagos formados pelo derretimento da neve nas montanhas irrigam áreas de pastagens atraindo animais como Ursos, Lobos, Alces, Caribus e Bisam que estão por todas margem da rodovia, apesar da estação do verão baixas temperatura nas cordilheiras e temperatura mais amenas nos vales, por todo o percurso dormimos em Camping ou em “rest area“ maneira econômica de pernoitar em uma região com acomodações que não custam menos de US$ 160,00 por uma noite, com direito apenas a um café preto pela manhã. Chegamos em Fairbanks e finalizando a Alaska Highway. Contudo resolvemos estender a viagem e passar pela Dalton Highway o portal do Círculo Polar Ártico, uma rodovia com pouco mais de 660 km não pavimentada e sob os temidos “loose gravel” construída em 1974 para abastecer  área de exploração de petróleo e gás em Prudhoe Bay. Quando mais ao norte nos deslocando mais tempo de sol tínhamos, chegando ao ponto de não haver mais noite, somente dia. No Circulo Polar Ártico no verão, especificamente no mês de julho, o sol apenas toca o horizonte, fazendo com que haja claridade por 24 horas.

 
Apenas para registrar a passagem por San Francisco e a Ponte Gold Gates.


 


 
Sequoia são arvores gigantes com mais de dois mil anos algumas com 35 metros de circunferência,  1.500 m³ de madeira e com mais de 80 metros de altura.

  
Programa "Minha Barraca, minha vida."






Companheiro é companheiro.

 
Floresta de Placas em Dalson Lake




Contemplação e Gratidão a Deus.


A natureza nos proporciona momentos de imagens surreais...


 

 

Estradas que cortam os parques americanos



É comum encontrar casas sendo transportadas pela rodovia de uma cidade para outra.


No noroeste dos Estados Unidos ainda podemos, em alguns lugares, encontrar a neve do inverno passado.

Plantação de Canola.

 
A natureza do Canadá e do Alaska sempre ofertando flores. 

  

 

 

 

 

A fauna sempre presente as margens das rodovias do Canada e Alaska.







Linha divisória entre Canadá e Alaska.















Nossas motos Custom em solo de hegemonia Big Trail  












Edifícios de contêineres 



Maquinário desconhecido para o nosso país.


Oceano Ártico

Colorido de uma "noite" de lua Crescente no Circulo Polar Ártico.



Objetivo cumprido.


Podem acompanhar também através dos videos do Colega Amorim no canal 

Comentários

  1. Meu amigo estou sem palavras para descrever o quanto é lindo ver um sonho realizado , parabéns e que venha outros . abç e bom retorno.

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    1. Obrigado amigo, mais alguns milhares de km estaremos em casa.

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    2. Bom retorno e bons motivos pra novas fotos !

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  2. Fotos maravilhosas!
    São de um profissionalismo
    Incomparável !

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    1. Obrigado Manoel Renato, procuramos retratar as belezas da estrada.

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  3. muito bacana, Estélio , sou amigo de longa data do Amorim, devo a ele as orientações e assessoria de uma viagem que fiz de moto ao Atacama! como vcs estão fazendo com as paradas para dormir?? vcs encontram no caminho (que nem eu fazia?) procurando quando chega a hora da parada? ou pesquisam antes e já vão direto para os campings, hostels etc...? , Quero dar pra vcs uma dica (não sei se conhecem) de site com informações de campings e hospedagem baratas no mundo todo, o site tem foco no turismo de motorhome , trata-se do: http://ioverlander.com/ . Ele é interessante pq vai no ponto certinho que a gente precisa, indica campings, locais de pouso (até posto de gasolina que dá pra dormir com segurança). um abraço.

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